segunda-feira, junho 05, 2006

a esquerda, a paridade, as quotas e a demagogia

Facto 1: Depois de todas as condicionantes historico-culturais que menorizaram o papel das mulheres ao longo de muitos anos, hoje em dia a realidade é outra: nos lugares que exigem mérito e esforço (entradas no ensino superior; conclusão de licenciaturas altamente exigentes como Medicina, Engenharia e outras; ...) é notória a predominância do sexo feminino.

Facto 2: A propósito do veto do (primeiro) veto do PR à lei da paridade, incidental assinala com agrado a demonstração de lucidez política. Senão veja-se:
    • a criação de um número mínimo de mulheres a incluir em listas partidárias desvirtua completamente a dignidade e o sentido de mérito que ainda existem na política portuguesa;
    • evidentemente, as quotas terão um efeito pernicioso decorrente do condicionamento inerente a uma eleição que, no fundo, não se ganha porque, no fundo, não é uma eleição.

Será possível que alguém sério considere que o papel de uma mulher na dinâmica de um partido sai reforçado quando os cargos que conquista são resultantes de um decreto?

3 comentários:

Anónimo disse...

FACTO 3: quanto a demonstração de lucidez política. Senão veja-se: Como é que se pode vetar uma lei? O PR tem que achar que a lei é anti-constitucional. O que não é. Então trata-se de um veto feito através de uma opinião política. Logo, não devia ter sido vetada. Mas pq será que foi??? Simples, basta ver os dois partidos de direita e ir a um congresso deles. NÃO HÁ MULHERES!!! LOL. Pq será???

Anónimo disse...

"Então trata-se de um veto feito através de uma opinião política. Logo, não devia ter sido vetada"

Qual é a lógica disto? se o poder de veto político do PR existe é para o usar quando achar adequado.

Quanto à questão em si não poderia estar mais de acordo. Mais: há muitas mulheres que sentem ofendidadas por esta proposta de lei. Qual seria a moral delas para intervir no parlamento sabendo que só lá estariam para cumprir quotas.

Quanto à questão dos partidos de direita terem poucas mulheres nas suas listas, é um facto que os eleitores podem penalizar nas urnas (se assim o entenderem)

Sergio Figueiredo disse...

apesar de não recomendável, convenhamos que eliminaría a tendência machista que pouco segue as leis de mérito. a verdade é que numa situação de administração, ainda se continua a dar mais credibilidade aos homens. enfim, é tudo muito complicado...

(e o direito de veto serve apenas para as situações não-constitucionais, caso contrário, o presidente sería absolutista, ou seja, estaría acima da constituição)