terça-feira, fevereiro 28, 2006

uma imagem e algumas palavras


Se a Igreja Católica procura reconciliação com o seu povo este processo passará, sem dúvida, pelo aproveitamento de uma das suas figuras mediáticas, talvez a maior por muitos anos.
Esta imagem, que incidental procurava há algum tempo, foi vencedora de um prémio World Press Photo e contraria toda a ostentação criticada por muitos e afastadora de outros tantos dos desígnios do Vaticano.
Impressionante.

domingo, fevereiro 26, 2006

private joke

Se as escolas médicas portuguesas (e os seus alunos) fossem um objecto...
  • a FMUP (S. João) seria um adorno grego [colocado em frente a um espelho que ocupe toda uma parede para que se possa admirar a si mesmo...]
  • a FCML (Santana) seria uma ventoinha [que tenta propiciar uma lufada de ar fresco...]
  • a FML (Sta. Maria) seria uma secretária Luís XIV [colocada num local onde todos sejam obrigados a observá-la...]
  • a ECS do Minho seria um leitor de mp3 [pequeno mas cheio de potencialidades...]
  • a FMUC seria um cortinado [negro, grande, pesado, por vezes deixando passar a luz mas ainda sem entender que o mundo vai evoluindo...]
  • a FCS da UBI ainda não sabe que objecto é, mas gostava de ser um leitor de mp3...
Quanto ao ICBAS (Sto. António), ficará ao critério de vozes mais sábias...

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

doce recordação



Depois das salas de cinema, Sweet November passou ontem na nossa televisão pública.
Keanu Reeves e Charlize Theron foram feitos um para o outro.
Inesquecível.

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

the next big thing

É comum no mundo da música rotular as bandas emergentes como a next big thing, isto é, o próximo sucesso/revelação capaz de fazer mexer tanto os críticos como o resto do mundo.
Este raciocínio poderia, talvez, ser aplicado em Portugal à geração do pós 25 de Abril, uma vez que foram criadas condições únicas para a superação de metas antigas e abertura de novos horizontes. Senão, veja-se:
  • se é verdade que temos uma democracia jovem, também é verdade que a próxima geração de líderes da nossa sociedade não sabe o que é viver em ditadura, logo não se pode atribuir qualquer defeito a traumas antigos.
  • foram criadas todas as condições - liberdade de expressão, entrada na CEE, aumento da capacidade económica das famílias - para o desenvolvimento de uma geração diferente das anteriores.
  • a disponibilização da internet a quase toda a população jovem já não permite que não se saiba o que se passa - estamos em contacto permanente com o resto do mundo.

incidental considera que é legítimo exigir algo mais desta geração, pois as condições que lhe foram dadas são muito superiores às que existiam anteriormente.

incidental considera - correndo todos os riscos inerentes às generalizações - que, neste momento, estamos perante três tipos de pessoas:

  • pessoas que trabalham e lutam por objectivos pessoais ou colectivos mas que se incluem num grupo que se caracteriza pela ambição genuína de fazer/ser algo mais social, economica ou politicamente. São poucos, talvez em menor número que na geração anterior.
  • pessoas que se envolvem nas coisas apenas para se afirmarem socialmente ou porque pensam que na democracia como um direito de crítica indiscrimidada para o afagar do seu ego, não vendo numa sociedade democrática uma responsabilidade colectiva. São cada vez mais.
  • pessoas que constituem uma imensa massa anónima e que na sua insegurança, decorrente da falta de objectivos pessoais [o que interessa é ir fazendo uma licenciatura, preferencialmente de elite, uns pózinhos de mais qualquer coisa e o resto vem por acréscimo], vão passeando pelos anos em que se muda o mundo com uma displicência marcada pelo acreditar em máximas de novelas de cordel e por uma autoconfiança balofa própria de quem nunca tentou superar os seus limites. Prefere-se ir fazendo a ir mais além, deixar passar em vez de enfrentar, fechar os olhos em vez de encarar de frente.

Será esta geração uma eterna next big thing?

terça-feira, fevereiro 14, 2006

incidental deseja...

... um feliz dia de S. Valentim.

domingo, fevereiro 12, 2006

the time is now

incidental deu por si a pensar porque é que um dos seus posts mais comentados (2 coments!) era de índole culinária mas desse raciocínio evoluiu rapidamente para um bem mais interessante - o conceito de timing.

Nunca como nos dias de hoje a capacidade de apostar na altura certa se revelou tão definidora de vencedores e vencidos numa sociedade em que o vale-tudo capitalista ainda é das poucas coisas em que se pode confiar. Afinal, o capitalismo selvagem não mente.

Timing é lançar uma OPA como a da Sonae contra uma empresa 5 vezes maior na melhor altura possível, com a maior confiança possível.

Timing é saber que há momentos em que não se pode deixar de agarrar aquela oportunidade, aquele sentimento once in a lifetime.

Timing é reconhecer quando é tempo de abraçar outras causas, outros desafios, de deixar para trás aquilo/aqueles que devem ser passado.

Poderá dizer-se que sempre foi assim, mas é importante não esquecer que a torrente de informação a que estamos sujeitos a cada minuto, assim como as nossas multiplas ligações a uma mesma matriz [sms, mail, msn, ...], fazem com que tudo seja percebido - e vivido - mais depressa. Começamos a ser omnipresentes.

Timing is everything.

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

incidental recomenda...


... sessenta setenta.
incindental viajou, em boa companhia, até este pequeno segredo da restauração do Porto. Escreve-se viajou porque a envolvência do local - escondido do ruído de um centro de cidade numa rua do Porto antigo e olhando o rio - cria um feeling especial logo que se entra neste espaço.

E se o local é a sua grande mais-valia, os pratos, cuja qualidade dos ingredientes é superior, pecam pela excessiva sofisticação.

In the end, um local para ir com a pessoa certa e a vontade de conhecer um conceito diferente junto ao Douro. [E a tapioca de maracujá é sublime...]

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

maomé e a liberdade de expressão

Lê-se em alguns jornais de referência que a liberdade de expressão só pode ser preservada com o uso do bom senso, são necessários limites impostos pela cultura de um povo, etc...
incidental não concorda.
incidental pensa que o uso pleno da liberdade de expressão passa, acima de tudo, por aceitar as imbecilidades recorrentes e que decorrem daquilo que alguns consideram o uso da sua liberdade de expressão.
E, depois disso, encarar aquilo que pessoalmente se consideram imbecilidades como dados a serem filitrados pela consciência colectiva da tal cultura de um povo.

sexta-feira, fevereiro 03, 2006

(des)qualificações incidentais

incidental foi recentemente alertado para um novo procedimento padrão nas maiores empresas portuguesas - o problema de ter qualificações a mais. Está a tornar-se política institucional corrente seleccionar os novos funcionários com base nas qualificações que não têm isto é, o facto de não ter formação superior é muitas vezes um factor de preferência em relação a candidatos com licenciatura.
incidental pensa que este comportamento suscita um problema que se divide em duas metades:
- por um lado: de que serve ter mão de obra qualificada se não há integração tecnico-científica destes indivíduos nas industrias mais tradicionais do nosso país?
- on the other hand, é imperioso debater a necessidade da criação de uma certa elitização do ensino superior português, à semelhança de outros países, criando centros universitários de excelência nas diversas áreas de conhecimento, com o objectivo de formar uma elite dirigente em contraponto a uma imensa massa anónima de licenciados desmotivados e desempregados.