domingo, novembro 20, 2005

e se os candidatos presidenciais fossem um livro...

... seriam:
Mário Soares - "A volta ao mundo em 80 anos (de preferência em 1ª classe)" adaptado da obra de Júlio Verne
Cavaco Silva - "Teoria Geral do Emprego, do Juro e do Dinheiro - e porque o PR deve ser um economista" adaptado da obra de John Keynes
Manuel Alegre - "Dom Quixote - o moinho de vento sou eu mas lutarei contra mim com a pena do poeta" adaptado da obra de Cervantes
Jerónimo de Sousa - "Até amanhã, camaradas" de Manuel Tiago [obra sem qualquer adaptação por determinação expressa do Comité Central]
Franscisco Louçã - "Livrinho Vermelho - edição de bolso resumida para o esquerdista moderno e cosmopolita" adaptado da obra de Mao Tse-tung

cargos políticos - afastamentos políticos

Escandaliza-se meio mundo pela alegada vontade do PS em afastar o Procurador-Geral da Républica (PGR). A vontade dos dirigentes socialistas era tal que até foram estabelecidos contactos com o PP!!!
incidental só consegue sorrir perante este escândalo.
O PGR é desde sempre um magistrado ética e tecnicamente respeitado, mas politicamente fraco.
Ora, um PGR tem, necessariamente, que mostrar habilidade política para conduzir os dossiers de maior mediatismo, coisa que Souto Moura não conseguiu fazer (afectando em grande medida alguns dirigentes socialistas, é certo).
Um PGR não pode pôr-se em bicos de pés em algumas situações (com tiradas manifestamente infelizes), ao mesmo tempo parecendo nada contribuir para a renovação do seu sector - ferido de morte pelos seus intervenientes directos.
O PGR exerce um cargo de total autonomia mas que deve ser de confiança política. Se esta confiança não existe - quaisquer que sejam os motivos - qual é a única atitude possível a tomar pelo poder executivo?

segunda-feira, novembro 14, 2005

mais uma vez - uma certa esquerda

incidental constata sem surpresa o sentimento de alguma esquerda relativamente aos recentes acontecimentos em Paris. A ideia de que os jovens destruidores de propriedade alheia não têm representantes no poder e por isso têm de demonstrar o seu ponto de vista desta forma é errada e desprezível.
não é compreensível que se ponha este tipo de questões desta forma, desculpando as acções - o conceito de coitadinho não integrado não é compreensível numa sociedade moderna democrática.

quinta-feira, novembro 10, 2005

bush, texas e a maior democracia do mundo

Entretanto nos EUA, conta-se na Vanity Fair deste mês, Bush encerra estradas nas proximidades do seu rancho para poder andar de bicicleta.
Embora esta seja só uma das mais pequenas ridículas idiossincrasias desta presidência (apesar de tudo mais incómoda para a velha Europa do que para os EUA) o respeito pela instituição Presidência nos EUA é tal que, nem mesmo um certo tipo de despotismo, abala a confiança de um número significativo de norte-americanos no american way of life.
Como seria se esta situação acontecesse em Portugal?

segunda-feira, novembro 07, 2005

a direita acabou

"A maioria dos conselheiros nacionais da Juventude Popular (JP) manifestou-se hoje, em Lisboa, contra o apoio à candidatura presidencial de Cavaco Silva, disse o presidente daquela organização, João Almeida" [Juventude Popular não apoia Cavaco Silva - Público - 05.11.05]

incidental não consegue entender, será que o pp-jovem pretende apoiar Manuel Alegre? Será preferível não apoiar nenhum candidato?

Será que a filiação partidária ainda implica a adesão a um conjunto base de ideais?

sexta-feira, novembro 04, 2005

terça-feira, novembro 01, 2005

first things first

Num extraordinário exemplo de inovação/capacidade política a juventude social-democrata (jsd) decidiu colar-se ao bloco de esquerda defendendo "que a Assembleia da República deverá pronunciar-se, de forma inequívoca e imediata, pela suspensão de processos de criminalização, entenda-se julgamento em tribunal, de mulheres que tenham optado pela interrupção voluntária da gravidez". [JSD defende suspensão de julgamentos por aborto - Público - 01.11.05]

incidental não consegue compreender como um orgão representativo de um número significativo de jovens portugueses e com uma substancial área de influência no segundo partido mais votado define como linha de luta um tema que, embora importante, afecta muito menos jovens do que, por exemplo, o desemprego.

Mais uma vez, a descredibilização do papel dos jovens como motor de evolução do sistema.