... a quem tinham dito que iria saber onde ficaria a trabalhar no ano comum dois dias úteis antes da data de início. O médico pensou que era um bocado em cima da hora mas... Porquê esta data?
Chegado o dia o médico, que tinha tirado o curso no Porto e tinha a noção que 90% dos colegas de Lisboa tinham uma média de licenciatura superior à sua estava apreensivo. Porque não há ponderação das médias, preferência regional, ...? Porque será que só estamos unidos nas medidas que são consensuais e não em todas as que são justas?
Acordou e foi ver a lista. Para seu desespero tinha ficado colocado longe, muito longe. Passado o choque começou a conformar-se e a pensar em arranjar casa.
A lista é retirada e anulada. Parece que faltam as médias e colocar três colegas diz-se no fórum. O médico acredita e aguarda. Porque é que as pessoas quando não sabem não estão caladas?
Nova lista é publicada já depois do prazo definido (isto é - no dia útil anterior à apresentação ao serviço) Apesar de tudo, a colocação muda, o médico já não está tão longe e vai dormir mais feliz.
Nessa manhã o médico acorda com um telefonema - a lista (a segunda, a tal que era definitiva) está errada e vai ser contestada. O médico compreende mas acredita que a lista vai acabar por se manter nem que tenham que ser criadas vagas supra-numerárias para resolver as injustiças criadas. Contacta o hospital em que ficou colocado e começa a tratar da vida. Porque é que - nesta altura - este médico ainda acredita que o sistema, apesar de tudo, funciona?
À tarde, e depois de muitos telefonemas solidários, o médico recebe um outro a dizer que a lista tinha sido retirada. Aguarda-se um despacho que irá pôr fim a esta situação. Parece que afinal "tá tudo mal outra vez". E então, por despacho, o médico é despachado para o fim de Janeiro sem nada mais saber.
Jornal do dia seguinte: Ninguém se demitiu ou foi demitido. Erros de colocação, em que página? Médicos desempregados, onde? Porque é que ficou tudo na mesma (em ambos os lados da barricada)?